domingo, 21 de outubro de 2012

Dicas para ter sucesso em projetos


Embora o foco das empresas ouvidas esteja mais no desenvolvimento de um produto, as lições se aplicam a projetos, gestão de equipes e bom atendimentoTer sucesso em uma iniciativa, não importa qual sua natureza, é algo almejado por todos. Mas, dependendo da atividade, os desafios podem ser maiores ou menores. E quando o assunto é dificuldade, nada melhor do que observar como uma startup se safa de determinadas situações. Esse tipo de companhia sofre com a falta de capital, com o baixo conhecimento da marca e, em especial, enfrenta barreiras para reter talentos. E aí reside uma preocupação central, já que, em geral, sobretudo, no mundo tecnológico, o capital humano é o maior bem. Startups espalhadas pelo mundo todo têm muito a ensinar e é preciso reconhecer isso. As formas como elas lidam com seus desafios podem ajudar uma grande corporação ou, por exemplo, um departamento de TI a executar melhor um projeto. Durante o 22º Encontro Genexus, em Montevidéu, Uruguai, um painel que abordou Modelos de Negócio em TI a partir do intercâmbio entre produtos e serviços, quatro startups de origem uruguaia compartilharam lições importantes no que diz respeito a retenção de talentos, reduzir riscos e frisaram a necessidade de focar o cliente. A seguir, as principais ideias captadas do debate.
Recursos humanos
Não tem jeito. Sempre que se conversa com alguém da área de TI a falta de mão de obra qualificada sempre será abordada. Mas o desafio vai muito além da busca por um talento. Como muitos sabem, é cada vez mais complexo reter um talento. Alvaro Garcia, CMO e cofundador da rede de sites PedidosYa.com, que permite fazer pedidos para restaurantes cadastrados, avalia que há diferentes formas de reter talentos. Na sua companhia, especificamente, o foco está no tom informal e em todo o trabalho direcionado às pessoas. “Boa parte dos funcionários está na área de serviço ao cliente. Falamos muito da cultura interna, somos uma empresa informal, trabalhamos muito a cultura, forma de trabalho, ambiente. Temos um lugar para trabalhar, divertir-se e aprender”, comenta. No caso da PedidosYa, o foco esteve em criar um ambiente descontraído, inspirado em modelos norte-americanos. A vice-presidente de iniciativas estratégicas da Infocorp, Ana Inés Echavarren, ressaltou que, num país pequeno como o Uruguai, a escassez de mão de obra tende a ser um problema ainda maior. Mas, como falado, o desafio vai além da escassez. No caso da Infocorp, além de reter talentos, a companhia precisava melhorar o desempenho das pessoas. E para isso, foi preciso uma solução que, certamente, não agradou a todos: dividir o departamento e tornar as tarefas de cada um mais focadas. 
“As empresas que vivem de serviços tem uma organização muito forte. Quando é produto, queremos fazer em algumas horas com equipe de projeto. Separamos as áreas, uma só para produtos, com cinco pessoas, e outra para projetos. As práticas são diferentes, a forma de trabalhar é diferente. Criamos uma divisão forte”, explica. Essa saída ajuda, por exemplo, a evidenciar talentos.
Validação de produto/projeto
Validar um projeto não é tarefa fácil. É normal encontrar departamentos ou empresas que, no momento em que surge uma ideia, já começa a, de alguma forma, colocá-la em prática. Isso, entretanto, pode ser um erro fatal e fadar algo que poderia ser exitoso ao fracasso. Além disso, existe uma prática de apenas atualizar e entender que aquilo segue inovar. Outro engano. “Os produtos têm vícios. As pessoas sempre acham que terão êxito”, ensina Gabriel Lopez, líder de produto da Infragistcs, atestando a importância de estudar bem antes de tomar qualquer decisão. Na mesma toada vem Conrado Viña, gerente-geral da Feng Office, companhia que oferta uma plataforma de colaboração especializada em gerenciamento de projetos que tem até a Nasa entre seus clientes. Quando a ideia surgiu, o foco estava na questão da colaboração, mas, após um levantamento, entendeu que era preciso rever o foco. “Quando decidimos lançar, não pensávamos tanto em projetos, mas em uma plataforma colaborativa. Validamos com alguns possíveis clientes e vimos que precisamos rever nosso foco, o que demandou investimento. Por isso a importância, antes de investir muito no desenvolvimento, validar o mercado.”
Mitigue o risco
Mitigar o risco pode ser visto e analisado a partir de diversas variáveis. Você pode reduzi-lo ao focar em apenas um produto, ampliando o conhecimento do mercado que deseja atuar, encontrando forma de reter talentos ou mesmo refazendo a estratégia. Para Garcia, da PedidosYa.com, conhecimento e investimento são extremamente necessários nesse processo. “Para mitigar o risco, nos focamos naquilo que queríamos fazer, focamos comércio eletrônico e seguimos desenvolvendo a plataforma que já tem diversos clientes.” Para Lopez, a saída foi diferente. Era preciso ser uma empresa de produto, mas sem se distanciar do serviço. O foco no caso foi planificar a companhia e fixar um marco de cinco aplicações publicadas por ano. Eles entendiam que, dessa forma, ao menos uma faria sucesso e pagaria todo o investimento. Outra dica passada pelo executivo é quando seu departamento ou sua empresa muda o foco para serviço. Se a demanda for mal calculada e “desaparecer”, o risco para a saúde da companhia será muito grande.
Cliente em primeiro lugar
Por último, e não menos importante, está a atenção dedicada ao cliente. O conselho é dos mais velhos, mas muita gente insiste em não fazer isso direito. Sem escutar o consumidor, dificilmente você entregará algo que atende o mercado da melhor forma. “Cliente tem sempre que estar em primeiro lugar, depois a cultura interna de como se pode entregar o melhor serviço possível”, afirma Viña, da Feng Office. Para o gerente-geral da companhia que comercializa uma plataforma de colaboração, empresas que lidam com muita tecnologia, em geral, têm excelentes quadros técnicos, mas essas pessoas, normalmente, não lidam bem com os clientes e isso pode ser desastroso. “É preciso balancear cultura interna com o objetivo principal que é o melhor serviço para o cliente.” Em tempos de consumerização, essa é uma lição que o CIO e sua equipe devem levar para todos os lados. Cada vez mais as ferramentas escolhidas para o dia a dia são ditadas pelas pessoas, elas pressionam por soluções mais fáceis e que, ao mesmo tempo, atendem às necessidades da atividade fim. Afora a tendência, dialogar bem com as áreas também é uma forma de focar o cliente e melhorar a percepção dentro da companhia.
Fonte: informationweek.com

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