sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Novas carreiras promissoras no Brasil


Salto na Carreira

Anualmente, a rede Laureate, grupo multinacional de educação que é dono de 50 universidades em 20 países, dez delas no Brasil, faz um estudo no qual mapeia as áreas do conhecimento que deverão ganhar projeção no mercado de trabalho e exigir profissionais nos próximos anos.
Com o estudo, a instituição identifica demandas de mercado, que muitas vezes nem as organizações sabem que têm, e procura criar cursos adequados para atender as empresas.
O estudo de 2011 aponta que parte significativa das novas carreiras está relacionada às indústrias de tecnologia da informação, engenharia, energia e à sustentabilidade. Outra parcela estará concentrada em serviços, em áreas como entretenimento e saúde. "Esses empregos estão relacionados a mudanças demográficas e a novas tecnologias e vão requisitar mais inovação e criatividade do que as formações tradicionais", diz Oscar Hipólito, diretor-geral acadêmico da Laureate Brasil.
Outra característica das carreiras emergentes é a integração de diferentes esferas do conhecimento. "O profissional do futuro é um especialista que busca uma conexão com outra área", diz Carlos Antônio Leite Brandão, do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Embora algumas das profissões ainda nem existam formalmente, os interessados podem usar desde já as informações sobre as novas carreiras para pautar seus caminhos profissionais.
"A pessoa pode ir se aproximando, dentro da empresa, de áreas afins àquela em que pretende atuar no futuro", diz Renata Giovinazzo Spers, coordenadora de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo. "Os profissionais que se anteciparem, se preparando desde já para atender às tendências do mercado para os próximos anos, provavelmente vão se tornar referência nessas novas áreas, quando elas explodirem", diz. Mas, lembre-se: para conquistar essas vagas, é preciso investir na educação. Então, mãos à obra.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Curso de Inglês na UDESSM

Agora Silveira Martins tem curso de inglês!
A  língua inglesa, considerada língua franca, é a língua mais usada para acordos comerciais e viagens. Quem domina este idioma, tem grandes oportunidades, ainda mais agora que o Brasil tem a intenção de organizar e sediar eventos internacionais de grande porte e, falar inglês, nestes momentos, é garantia de sucesso.
Pensando nisso, a UFSM – Campus de Silveira Martins (UDESSM) passa a oferecer aos seus alunos e a comunidade, a oportunidade de ter o inglês na ponta da língua, através de um curso de inglês básico.  
As aulas acontecerão às segundas e quartas-feiras à noite, com uma hora de duração. Para as crianças de 08 a 12anos, as aulas serão das 18h 30 às 19h 30, logo após é a vez dos jovens e adultos treinarem seu inglês das 19h 30 às 20h 30.

O Curso custará R$ 70,00 ao mês e é destinado às pessoas de diversas idades e níveis de conhecimento.
Venha fazer parte, invista no seu futuro.  As vagas são limitadas
Informações  pelo fone: 
(55) 3224 – 47 15 falar com Rodrigo
Ou pelo e-mail:
Luciana.traverso@usm.br com a Profª Luciana.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Redes sociais: saiba qual ferramenta se encaixa mais no seu modelo de interação


Com os produtos de gerenciamento de mídia social se posicionando no mercado, pode parecer que todos fazem as mesmas coisas, mas apenas alguns possuem alta escalabilidade. A única coisa se proliferando mais rápido do que as ferramentas de gerenciamento de mídias sociais são as contas, perfis e páginas que grandes marcas e empresas têm no Facebook, Twitter e outros sites sociais.
Uma organização que tem centenas de contas em mídias sociais talvez tenha demais – especialmente na ausência de qualquer esquema coordenado para rastrear quem tem acesso a qual conta – e quais contas têm acesso a recursos específicos, como as páginas de negócios do Facebook. Especialmente no início dos esforços sociais por entusiastas querendo estabelecer presença da marca, muitas contas foram criadas por um individuo querendo provar um ponto de vista. Mesmo quando gerenciadas com disciplina, contas sociais tendem a se proliferar porque são associadas a diferentes marcas ou campanhas de marketing. Enquanto os produtos de gerenciamento de mídias sociais fazem tantas alegações parecidas, que parecem ser todos iguais, apenas alguns produtos lidam com esse tipo de escalabilidade.
Sprinklr e Spreadfast são dois com que conversei recentemente. Uma recente publicação do Grupo Altimeter, “Guia do comprador: uma estratégia para gerenciar a proliferação de mídias sociais”, coloca o Sprinklr no topo da lista de produtos com mais capacidades para servir grandes empresas, e o Spreadfast é o próximo da lista. O artigo também observa que nenhum dos produtos supre todas as necessidades. Por exemplo, a plataforma de gerenciamento de mídias sociais Buddy Media é usada por algumas grandes marcas por causa de sua força no gerenciamento de páginas e aplicativos do Facebook, mesmo que essas empresas não usem o Buddy Media para outros aspectos da estratégia de gerenciamento de mídias sociais, como publicações de post por múltiplas plataformas sociais. Existem outras dimensões de escalabilidade. Hearsay é especialista em ajudar organizações corporativas a coordenar representantes de vendas ou franquias para distribuir mensagens por mídias sociais enquanto monitora ou filtra essas mensagens de acordo com as políticas corporativas ou regulamentos da indústria.
Produtos como o Sprinklr e o Spreadfast se destacam na habilidade de coordenar publicações em mídias sociais e reposta ao consumidor por grandes equipes e muitas identidades sociais. O Grupo Altimeter dá melhor pontuação ao Sprinklr por “intensa resposta ao consumidor” em comentários e pesquisas em mídias sociais e classifica o Spreadfast como melhor plataforma “social de broadcast”, mas ambos têm alta pontuação geral. Outros fornecedores no topo da lista de escala são Alcatel-Lucent / Genesys, Comufy, Shoutlet e Attensity.
Na outra ponta estão plataformas de gerenciamento de mídias sociais como o HootSuite, com um modelo de negócio freemium que o coloca na porta de muitas pequenas e médias empresas (PMEs) e agências. A HootSuite adicionou, recentemente, melhores processos de fluxo de carga, como revisão e aprovação de posts antes da publicação, conforme tenta se manter focada em negócios corporativos, mas ainda é considerada mais apropriada para o uso departamental do que para gerenciar as atividades sociais de uma grande empresa.
“Quando entramos em uma empresa, geralmente substituímos a HootSuite e o CoTweet”, concordou Jim Rudden, diretor de marketing da Spreadfast.
O Grupo Altimeter relatou que 140 gerentes corporativos de mídias sociais globais entrevistados disseram que estavam controlando, em média, 178 contas sociais, incluindo 30 no Facebook e 39 no Twitter, além de LinkedIn, YouTube, FourSquare, blogs, fóruns e mensagens. Na ausência de um programa organizado para gerenciar essas identidades, a Altimeter alerta que uma empresa pode acabar tendo o sério problema de “saneamento” social – limpar a bagunça após os fatos. A Sprinklr alega estar trabalhando com “mais 100 marcas reconhecidas internacionalmente”, embora algumas delas sejam tímidas para se identificar. No entanto, é possível ver posts “via Sprinklr” na página da Dell, no Facebook, e a Virgin America serve como referência de consumidor.
Um gerente de mídias sociais em uma varejista nacional, que pediu para não ser identificado, disse que o Sprinklr não é a única ferramenta de gerenciamento de mídias sociais na caixa de ferramentas dele, mas “é a mais usada”, e é capaz de assumir outras funções conforme a ferramenta expande suas funcionalidades. “Dependemos bastante dela para publicação e posts agendados”, disse ele, confiando no fluxo de carga fornecido pela ferramenta para governar a presença da varejista nas mídias sociais. Para esta empresa, um ponto em que o gerenciamento de mídias sociais se complica é que, além de promover a própria marca, ela lida com centenas de fabricantes que estão, constantemente, clamando pela criação de promoções em mídias sociais associadas a seus produtos específicos, contou ele.
“Nós criamos nossa ferramenta para atender às necessidades das grandes empresas de hoje, que têm de gerenciar centenas de páginas no Facebook – temos um cliente no momento que lida com 1.200 páginas”, disse Thomas, da Sprinklr. Além de ter diversas marcas, grandes organizações geralmente também têm uma página para cada país em que faz negócios, disse ele. Com a adição da Suíte de Aplicativo Social, a Sprinklr também está entrando no segmento do mercado de gerenciamento de aplicativos do Facebook.
A Sprinklr também se mistura com vendedores de monitoramento de mídias sociais, embora não alegue oferecer a mesma cobertura de especialistas como a Radian6. Em vez disso, a Sprinklr é equipada, especialmente, para capturar e acompanhar a reação a uma campanha de mídia social, disse Thomas. Por exemplo, com uma única campanha, um cliente recentemente gerou 130.000 conversas por redes sociais em quatro dias. “A empresa tem 60 gerentes de comunidade, mas comparada com 130.000 mensagens, 60 gerentes não é nada”, disse ele. Ler todas essas mensagens não seria prático, mas o Sprinklr torna mais gerenciável ao aplicar técnicas naturais de processamento de linguagem para identificar o que realmente exige resposta, apresentando essas mensagens como prioridade e identificadas por cores que representam conteúdo e sentimento “para aproveitar ao máximo o tempo dos gerentes de comunidades”, disse Thomas.
A Spreadfast disse que um cliente típico gerencia 15 marcas, geografias ou grupos dentro da plataforma, e que grandes marcas, geralmente, gerenciam 100 contas – algumas podem chegar a 600. Rudden disse que muitos de seus clientes estão usando plataformas de monitoramento da Radian6 ou Crimson Hexagon “para uma visão a 10.000 pés” dos negócios, mas a empresa dele se concentra em ser melhor ajudando na gestão do “engajamento diário nas redes sociais”.
Baseada em Austin, Texas, a Spreadfast começou em 2008 como uma empresa de serviços trabalhando com agências e marcas, então lançou sua plataforma de software-como-serviço South by Southwest, em 2010. “Nossos primeiros clientes eram agências servindo múltiplos clientes, mas em 2011, a coisa mudou e muitas empresas decidiram que precisavam trazer o lado operacional das mídias sociais para dentro da empresa”, disse Rudden. A Spreadfast trabalha, basicamente, com departamentos de marketing, embora muitas vezes o pessoal de marketing se torne “agentes acidentais de atendimento”, oferecendo a primeira linha de resposta às questões e queixas de consumidores, disse Rudden, ou direcionam para o serviço de consumidor apropriado/atendimento ao cliente. “Cada vez mais alguém do grupo de atendimento participa da equipe de marketing”.
A Spreadfast está desenvolvendo uma versão de seu console de publicação e monitoramento “para interações simplificadas”, que deve ser lançada em Julho, de acordo com Rudden. Uma amostra do aplicativo seria para a Whole Foods, cliente da Spreadfast, para fornecer a ferramenta para seus 350 gerentes de lojas para ajuda-los a “lidar com o social de forma organizada e diária”, disse ele. “A questão é, se você tem alguém fora da pressão corporativa que tem uma hora por dia para lidar com o social, como tornar essa pessoa realmente eficiente?” Em vez de analisar todos os post possivelmente relevantes, essas pessoas querem ser alertadas quando alguma coisa específica exija uma resposta, disse ele.
“A Whole Foods não é nosso maior cliente – temos um em que ajudamos 1.500 usuários a lidar com o social em 400 locais”, contou Rudden.
Tais planos também podem levar a proliferação de contas em mídias sociais, mas o truque é fazer isso de forma organizada.
Fonte: informationweek.com

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Posicionamento, a maior proposta de valor de uma empresa


“Não adianta investir milhões em marketing, sendo que o valor interno não reflete a vontade externa. O mercado sabe das coisas, os colaboradores transparecem e os problemas aparecem”. Na mesma medida em que a internet causou um movimento gigantesco de facilidades para o contato com clientes e usuários, também trouxe problemas bastante complexos para as empresas, alvos das mídias sociais e do imediatismo deste novo relacionamento.
Com base nesse atual panorama, e numa sequência de outros macroambientes por trás do relacionamento e tratamento da marca, a CRN Brasil bateu um papo com Francesc Delgado Ruiz, professor e diretor do departamento de marketing da Escuela Superior de Administración y Dirección de Empresas (Esade) de Barcelona, gerente de marketing da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) e sócio de várias outras iniciativas. Para ele, a base atual de sustentação do mercado é o valor e o posicionamento da companhia.
CRN Brasil – Qual é o maior desafio de enfrentar o mercado de consumo seja corporativo ou final, no século XXI, frente a tantos novos nichos de atuação?
Francesc Delgado Ruiz – No século XXI tudo mudou, isso pode ser observado por qualquer pessoa que está no mercado há mais tempo. Antes, há 14 anos, as pessoas faziam um grande investimento em comunicação massiva, várias ações de marketing e publicidade e com, isso ganhavam notoriedade, respeito. Hoje isso funciona? Sim, mas não significa que será da forma como deve ser. Através das redes sociais, você consegue ser uma marca top of mind a custo zero, seja para o bem ou para o mal. No atual momento, as redes sociais ainda são usadas para o mal, disso não há dúvidas. As pessoas utilizam aquele espaço para reclamar e pegar no pé das marcas, e isso se espalha de forma viral nas mídias. Os núcleos de comunicação, por vezes, trabalham apagando um fogo imenso que se alastra a cada replicação. A grande dúvida é: como lidar com este cenário?
CRN Brasil – Então, como lidar com este cenário?
Ruiz – A primeira coisa é aceitar: Twitter e Facebook, por exemplo, são muito complexos, a ponto de você ter centenas de milhares de clientes, e, no Facebook, você não conta com tantos fãs assim. É um grande ponto para pensar se a estratégia usada no “mercado físico” é a correta, se os clientes são mesmo fiéis à marca. Temos que pensar em lidar e gerenciar toda essa massa, e jamais combatê-la. Há muito poder por trás de um simples tweet. Tudo se trata de posicionamento de mercado, a visibilidade que a marca atinge e como faz isso. E essa linha de pensamento te leva a caminhos como perguntar “o que estou fazendo nas redes sociais?” ou “estou fazendo isso da forma correta?”. Hoje, através das redes sociais ou do Google, o cliente, por vezes, sabe mais dos produtos que os próprios fabricantes.
CRN Brasil – Mas tudo se trata das redes sociais? Estamos falando que o mercado está resumido ao relacionamento online?
Ruiz – As rede sociais substituíram o antigo modo de relacionamento. Complicou por um lado, quanto a lidar com a fúria e a necessidade imediatista de atendimento e interação, mas facilitou quanto ao contato com o cliente, isso é inegável. Com 140 caracteres você deixa o consumidor a par do que está acontecendo. Então, a resposta é: não, nem tudo se trata das redes sociais, mas o relacionamento, antes de ser pessoal, olho no olho, é hoje testado pelo quanto a marca dá atenção ao seu consumidor através de mídias online. Para o consumidor, é muito fácil simplesmente resolver a dúvida dele pelo Twitter, pois ele, como cliente, está lá disponível para a conversa. Esse é o novo olho no olho. O motivo da grande maioria das empresas ainda não conseguirem entender as redes sociais é que elas ainda pensam de forma burocratizada. Existem regras? Sim, existem. Mas há quanto tempo existem essas regras? Elas foram reformuladas pensando na forma de relacionamento que encontramos hoje? As perguntas são muitas, mas a resposta, em síntese, é que se não houver uma forma mais simplista de contato, há uma tendência muito clara de queda.
CRN Brasil – Dando um passo atrás na nossa conversa: por onde começar e para onde as empresas devem caminhar?
Ruiz -Tudo se trata de valor e posicionamento. Esses dois pontos são o início e a base de sustentação no atual mercado. Então vamos por partes: O valor que eu digo é tudo o que impulsiona a empresa, ou seja, a missão, o objetivo, as metas, as divisões internas, a clareza no relacionamento, o convívio interno, a facilidade de fazer negócios, as políticas claras, o engajamento pessoal, a liberdade de expressar opiniões…São vários elos que devem ser extremamente bem estruturados. É difícil? É, mas não deveria, pois estamos falando no quão claro é o negócio da empresa para dentro e para fora da estrutura. E quando vamos para fora, temos clientes sedentos dessa clareza. Os valores internos refletem no mercado. Há tanta especulação hoje, que criar dúvidas deixa a concorrência feliz e o usuário/ cliente enraivecido. As empresas devem se apegar a essa ideia. Não adianta investir milhões em marketing, sendo que o valor interno não reflete a vontade externa. O mercado sabe das coisas, os colabores transparecem e os problemas aparecem.
CRN Brasil – E aí já estamos falando do posicionamento, certo?
Ruiz – Correto! As pessoas compram o produto, o serviço, mas principalmente os valores da empresa, a forma como ela se posiciona. Com a empresa bem posicionada, a qualidade se dá por entendida. Então, por exemplo, esse é o motivo das filas de espera para comprar uma Ferrari de 600 mil dólares contra a necessidade de se fazer várias campanhas para vender um Fiat Uno. Os dois podem quebrar, mas a qualidade está subentendida.
CRN Brasil – Mas falamos de dois nichos de compras muito diferentes, com poder aquisitivo muito distante entre os consumidores de um ou outro veículo.
Ruiz – Claro, com toda a certeza. São nichos. Mas isso é postura, certo? O cliente compra a qualidade, a marca, os valores e tudo por trás da Ferrari, sendo que ela é da Fiat, que também fabrica o Uno. A Ferrari se posicionou em alto escalão e o Uno ainda não encontrou o modelo certo de presença no mercado. Não estou dizendo que é isso o que acontece, mas é o que o mercado vê. E isso, levado ao mercado de tecnologia, desde o fabricante ao usuário, é um excelente exemplo de como se posicionar em cada produto e solução. Se é um equipamento para grandes empresas, então é para elas apenas, se é para pequenas, que seja para elas, mas tudo isso com valores e postura clara. Voltando aos carros, claro que são nichos, obviamente, quem compra hoje um Uno não vai levar uma Ferrari, mas se o Uno tivesse um público certo e bem definido, sem tantas mudanças drásticas ano pós ano, de repente, ele não seria uma opção entre várias de escolha, mas sim a escolha em si desde o princípio, assim como é a Ferrari.
CRN Brasil – Mas e a concorrência com os produtos chineses, por exemplo?
Ruiz – Se o seu cliente optou por comprar um produto chinês, é um valor dele e não seu. Nem todos os produtos chineses são ruins, temos grandes empresas lá. Mas quando há um histórico claro de problemas, e você perde uma concorrência com alguém comercializando esse produto ruim, que isso não faça parte da sua empresa. Novamente, qualidade se dá por entendida.
CRN Brasil – Voltando àquele papo do cliente, em sua palestra para parceiros da Furukawa você afirmou que um dos grandes problemas das marcas é gerar expectativa em excesso, pois não atender a expectativas gera uma visão negativa. No mundo da TI, muitos são os fabricantes que sempre se posicionam como líder de algum segmento. Isso, então, é ruim?
Ruiz – Vejo alguns pontos aí. Primeiro, os institutos de pesquisas podem posicionar e a fabricante pode divulgar da forma que quiser, mas o mercado é mais sensato, pois eles sabem que ser líder não significa necessariamente ser o melhor. De repente, a tecnologia é a melhor, mas todo o conjunto por trás não é tão líder assim. E isso leva a outro ponto, pois se posicionar como líder gera a expectativa no consumidor de que ele é o melhor, que tudo daquela marca será demais, genial. Mas e se o serviço não for bacana? E se o produto der problema e a resolução for demorada? Adianta ser líder em tecnologia e esquecer a liderança em serviços? Existe uma margem de aceitação, que fica entre atender às necessidades e superar as expectativas. Ambas são boas, mas em proporções diferentes, e isso vai do pré ao pós-venda. Quando elos desse sistema são deixados para trás, e a expectativa se transforma em algo ruim, isso se torna um problema, pois voltamos a falar de externar toda a insatisfação, principalmente em redes sociais. É um fato, hoje está ainda mais tênue a linha entre a felicidade e a raiva. Alinhando o pensamento, posso afirmar que quanto mais vezes a empresa afirma ser a melhor em algo, maior é a expectativa do consumidor e ainda maior pode ser a decepção com a compra, gerando um feedback negativo.
CRN Brasil – E quando você fala “o mercado sabe”, isso também é contemplado pelos colaboradores?
Ruiz – Com toda a certeza. O funcionário é o cliente interno, que é tão importante quanto o externo. Uma equipe com propósitos claros, com um direcionamento justo e bem focado de para onde a empresa quer ir, faz com que os colaboradores trabalhem em torno de um grande objetivo, pois eles sabem que vão ganhar com a empresa crescendo.
Mais do que nunca, somente a clareza na hora de fazer negócios pode dar um futuro certeiro para qualquer marca, seja o fabricante, o canal, o integrador, o prestador de serviços, a área de marketing, seja quem for. As pessoas querem saber para onde a empresa vai e como podem (e se vão) ajudar. Os valores das empresas estão em jogo, tanto para quem compra quanto para quem faz. E, até usando um pouco do que você perguntou, o funcionário sabe se a empresa é líder. Se a marca transparece uma coisa, mas internamente está totalmente o contrário, novamente, logo os problemas aparecem. O empresário tem que ter uma mensagem muito clara para seu negócio: toda estratégia orientada ao cliente final pode ser um fracasso se o colaborador não pensa igual à empresa.
CRN Brasil – Então, para estruturar um pensamento elencado em prioridades, o que é mais importante hoje: qualidade, preço, o relacionamento ou a combinação de todos?
Ruiz – Todos esses são prioridade, junto à transparência, posicionamento e todas as questões de valor. Não dá para dizer “vou começar a melhorar a empresa primeiro pelo pós-venda, depois pelo marketing, aí no atendimento…”, tudo deve ser feito junto, ao mesmo tempo, para que o conjunto trabalhe em ordem. Pode ser feito de forma rápida ou mais lenta, mas junto. Fazer aos poucos é mais doloroso, pois gera novas lacunas internas. E, quanto ao preço, ele carrega todos os valores. Ser caro ou barato são variáveis a tudo que está por trás do que é oferecido na ponta. Vale lembrar que os responsáveis pelas áreas, os gestores, são muito mais cobrados, sendo as pessoas que estão na linha de frente para atender a tudo o que conversamos aqui. Esses profissionais devem ser – junto ao corpo diretivo – os impulsionadores dos propósitos empresariais, eles devem estar engajados e dispostos. Isso serve como reflexão para que, em um momento de arrumação total, o presidente da companhia, por exemplo, saiba o momento de trocar o time, mudar o jogo, trabalhar a imagem da companhia e fazer o “projeto empresa” funcionar.
CRN Brasil – Os executivos por trás da marca fazem a diferença na hora da compra? Como foi o Steve Jobs, por exemplo?
Ruiz – Ele fomentou a paixão pelos devices, ele se colocava publicamente falando que o dele era o melhor e, quando caiu na graça do usuário final, a visão dele foi extremamente bem aceita. Ele engajou os usuários finais a ponto de defender a marca fortemente, viralizando os aplicativos e as formas de uso. Respondendo à pergunta, sim. Executivos assim ajudam. É arriscado, mas no caso dele deu muito certo, e isso pode não ser útil em outros segmentos ou setores.
CRN Brasil – O usuário engajado é a melhor ferramenta que o marketing poderia ter?
Ruiz – Certamente! Pois voltamos àquela discussão do quanto esses usuários espalham suas experiências nas redes sociais, criam fóruns para discussão, incentivam o uso, a compra, desenvolvem o desejo de comprar em mais e mais pessoas, que, muitas vezes, como no caso dos tablets, não fazem ideia do que estão segurando nas mãos, usam apenas 5% da capacidade total do equipamento, mas ele tem.
CRN Brasil – No caso de um canal integrador, que tem sua grande margem de atuação proveniente do serviço prestado, o que é o ideal?
Ruiz – Cobrar uma postura firme e coesa dos fabricantes com que ele trabalha. Se ele já está em uma empresa com grande reconhecimento do mercado, o vento já sopra para o lado dele, mas agora começa a conversa de ser uma extensão de toda a confiança que o mercado deposita na marca que ele representa, e a concorrência é grande. O integrador, canal, revenda tem que se posicionar a favor dos negócios e da clareza do relacionamento, nunca se esquecendo da qualidade. É uma conversa que envolve muita burocracia por vezes, mas, no geral, se ele está junto a marcas que trabalham focadas no resultados de forma clara, ele terá o seu espaço, será um destaque entre todos os outros canais. O serviço em si é onde a empresa consegue mostrar seus diferenciais na prática, e o fabricante sabe disso.
CRN Brasil – Para você, o que vem depois? Com tantas mudanças na forma de comprar e se relacionar com as marcas, o que se pode esperar do futuro consumidor?
Ruiz – Adoraria ter certeza dessa resposta (risos)! Acredito que ainda levaremos um tempo para adaptar todo esse grande volume de informação que existe em algo substancial para os negócios, e durante o trajeto haverá muitas novidades. Em geral, se a tendência é evoluir, veremos um cenário parecido com o que temos hoje, mas muito mais segmentado por nichos, com públicos bem definidos e maior apreço pela “exclusividade” de produtos. Acredito que a forma de fazer negócios deva migrar para a desburocratização, que as atuais gerações de consumo tragam essa necessidade de clareza para as companhias. Enxergo a oportunidade de termos mais clareza em todos os processos, por um movimento que começou há poucos anos e que será decisivo daqui a uma década.
CRN Brasil – Para terminar nossa conversa: qual é a chave do sucesso nos negócios?
Ruiz – A chave é a mesma há anos, mas que hoje está extremamente latente: o posicionamento claro, o direcionamento efetivo. Você quer que o mercado te veja como o de melhor qualidade, então tenha qualidade. Em determinado momento, as empresas vão entender que transparecer algo não é ser; e o usuário sabe disso, o mercado então nem se fala. Novamente, valor e posicionamento andam juntos para um futuro cada vez mais competitivo, mas, certamente, mais atraente para quem sabe onde está, para onde quer ir e quem são os parceiros ideais para fazer isso, o que inclui todo o ambiente interno, os braços de negócios com os canais e a satisfação do cliente.
Fonte: informationweek.com

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Inovação é pauta obrigatória

Este cenário de hipercompetição tem como resultados ciclos de inovação mais curtos. Se o telefone levou 74 anos para atingir 50 milhões de usuários, o Skype atingiu o mesmo número de pessoas em apenas 22 meses. “Os produtos se tornam obsoletos não porque ficaram velhos ou estragaram, mas porque deixaram de ser funcionais”.
O mundo da hipercompetição leva à commoditização dos produtos, redefine as barreiras competitivas e torna o caminho para o crescimento menos óbvio. “Quando isso acontece, a briga não é mais entre os mesmos produtos, mas entre as alternativas para gastar o dinheiro. Nunca foi tão bom ser consumidor, mas cada vez mais vai ser difícil criar vantagem competitiva. Hoje, esta vantagem produz menos resultados e dura menos tempo. Então, precisamos pensar em criá-la o tempo todo, não só mantê-la. É por isso que a inovação precisa estar em pauta.”
Como se manter no mercado
Com base em análises de diversas organizações, o professor constata que a grande maioria das empresas ainda não faz projetos de crescimento, mas, sim, continua voltada para aumento da produtividade, otimização de recursos e redução de custos. “As empresas que se mantiveram entre as maiores têm em comum a capacidade de antever mudanças, gerar sucessão em todos os níveis, passar por crises (resiliência) e continuar crescendo. Empresas longevas crescem de 2,5 a 3 vezes o PIB de seu setor.
Quando a empresa para de crescer, despenca e leva anos para se recuperar”
Entre os principais sinais de decadência de uma empresa estão o aumento do ciclo financeiro e do custo de venda, e, dos fatores que fazem as empresas perderem o crescimento, 70% são estratégicos, 17% organizacionais e 13% externos. “É preciso planejar o crescimento antes que seja necessário. Uma empresa pode parecer saudável por fora, mas por dentro já estar em declínio”, alerta.Entre os pontos de reflexão para se construir um real plano de crescimento estão: pessoas (remuneração, clima e sucessão), sistemas de informação para a tomada de decisões, estrutura de capital para financiar o crescimento, processos robustos, um bom modelo de governança e o que Lobão chama de “clientar”. “Precisamos saber como o cliente compra, usa, descarta e avalia o risco. As empresas, em geral, têm uma ênfase muito forte no produto e não veem proposta de valor no cliente.”

Durante a palestra, a plateia teve a oportunidade de fazer duas auto-avaliações, que levaram ao diagnóstico da atual situação de suas empresas e permitiram a análise de qual seria o melhor modelo de crescimento. Dois dos diagnósticos mais comuns são:
• Sitiado – quando a empresa está com desempenho abaixo de sua capacidade, ameaçada pela concorrência ou diante da decadência iminente, e por isso precisa ter uma estratégia de crescimento em adjacências, com movimento próximo ao core para resultados de curto prazo; • Inventando um Novo Futuro – mais comum em organizações iniciantes, em que os negócios ainda não dão lucros substanciais e o valor de mercado ainda não foi construído. Neste caso, é preciso maximizar o valor central e evitar o subdesenvolvimento satisfatório, que é a tentativa de fazer todas as unidades performarem bem e não explorar as que já têm musculatura para serem mais exigidas. Muitas vezes, é preciso maximizar o valor central, e crescer pode significar desinvestir, tirar recursos das unidades com menos capacidade de crescimento.
Quanto mais próxima a estratégia estiver do core, maior é a taxa de sucesso, mas, dependendo do sistema de negócio, isso não é possível. As novas iniciativas, então, precisam ser analisadas sob a luz destas cinco questões, que representam cinco passos:
1. Minha iniciativa de crescimento vai utilizar a mesma base de clientes ou base nova?
2. Vai usar o mesmo canal de distribuição ou precisa de um novo?
3. Os concorrentes são os mesmos ou são novos?

4. Vai utilizar os mesmos ativos ou construir novos?

5. Posso usar meus ativos intangíveis ou preciso de novos?

Superadas as questões estratégicas, surge outro ponto crucial de sucesso para os negócios: a execução. “Uma estratégia brilhante, um produto arrasador ou uma tecnologia revolucionária pode colocar a empresa no mapa competitivo, mas só uma sólida execução será capaz de mantê-la ali. É preciso também lembrar que fazer tudo para todos é mediocridade, o foco é a chave do sucesso.”
E boa execução não é sinônimo de satisfação, é sinônimo de superação. “Para cobrar mais, é preciso ter qualificadores, diferenciadores (que fazem com que o cliente escolha o produto, mas não pague nada a mais por ele) e atributos de valor (que fazem o cliente pagar mais. Precisamos substituir a satisfação pelo sucesso do cliente”, finaliza.

 Fonte: IT Business Forum.