sábado, 29 de setembro de 2012

Sua empresa já está nas mídias sociais

O fato de uma empresa não estar oficialmente no Facebook, por exemplo, não impede que milhões de comentários, positivos e negativos, já estejam circulando pela rede.
Semana passada estava preparando uma apresentação para uma reunião com executivos de uma empresa sobre a ainda crucial dúvida existencial "Devo ou não colocar minha empresa nas mídias sociais" e aproveitei para reler o "Security, Privacy and Web 2.0". Já esta série de documentos chamada GIO (Global Innovation Outlook)apresenta relatórios resumindo conclusões geradas a partir de debates de alto nível sobre questões relevantes para a sociedade e as empresas, e vale a pena investir algum tempo dissecando seu conteúdo.
Na verdade, a velocidade com que a World Wide Web se integrou nas nossas vidas é alucinante. O primeiro site www apareceu em 1991, ou seja, vinte anos atrás. Em meados do ano passado já eram mais de 364 milhões de websites. Seu impacto no nosso cotidiano social, político e econômico é incontestável. Caminhamos hoje para uma web mais interativa e colaborativa, inicialmente chamada de Web 2.0, e que se reflete em serviços quase que indispensáveis ao nosso dia a dia, como Facebook, Twitter, Youtube, Wikipedia e outros. Por outro lado, esta interatividade e a crescente exposição de nossos dados pessoais, fotos, localização, etc., abre questionamentos e debates sobre eventuais riscos à nossa privacidade e segurança. Mas serão riscos reais ou mais percepção de insegurança diante de um fenômeno tão novo?
O relatório buscou analisar esta questão e chegou a conclusões bem interessantes. Primeiro, identificou que a cultura de cada país tem um papel fundamental na determinação da tolerância a riscos que as pessoa e a sociedade assumem em relação a divulgar suas informações pessoais. Por exemplo, 39% dos brasileiros disseram que os benefícios obtidos com uso das plataformas de mídias sociais compensam eventuais riscos de segurança e privacidade. Já apenas 10% dos chineses concordaram com esta afirmação. A diversidade cultural, as diferenças entre os regimes políticos e a maturidade democrática influenciam significativamente a postura dos usuários diante das plataformas sociais.
Outro ponto que me chamou a atenção foi que ao contrário da percepção geral, a imensa maioria dos usuários pesquisados sabe distinguir muito bem quando interagindo em nome pessoal ou abordando questões relacionadas com as empresas onde trabalham. E usam o bom senso para não divulgar informações consideradas impróprias. Na minha opinião pessoal, a lição aqui é que a educação e a prática levam ao uso mais adequado das novas tecnologias e não a imposição tutelar, que parte do pressuposto que as pessoas são ingênuas e que precisam de tutela para se comportarem bem nas redes sociais. O uso de práticas que levam a maior segurança se dissemina com conhecimento e experiência prática. Nós, quando crianças da geração analógica aprendemos a não passar informações pelo telefone e nem atravessar a rua sem olhar para os lados. Quando nascemos, o telefone e as ruas já existiam... A geração digital está acostumada com a World Wide Web, pois quando nasceram ela já existia. Os questionamentos surgem principalmente de nós, oriundos da geração analógica, que estamos migrando para o mundo digital e ainda não estamos tão íntimos dela assim. Daí os receios e questionamentos.
Fazendo, por conta própria, um levantamento oficioso via buscador do Google, descobri que os casos de uso inadequado e impróprio das plataformas sociais são raros e por isso aparecem com tanto destaque na mídia. Outra conclusão interessante: as próprias comunidades se autopoliciam e descredenciam pessoas que insistentemente mantém comportamento inadequado na percepção da comunidade. Estas criam seus próprios códigos de conduta. Em jogos pela Internet isto fica bem claro, bem como nos grupos que seguimos no Twitter ou na relação de amigos do Facebook. Criamos nossos padrões de conduta e se uma pessoa que sigo no twitter abusa de palavrões fora de contexto ou sistematicamente tuita frases impróprias, eu simplesmente dou o "unfollow". Não preciso de ninguém me orientar neste sentido. É o meu bom senso.
O uso das plataformas sociais dentro das empresas é um tema que ainda gera muito debate. A pesquisa mostrou que a maior parte das pessoas sabe distinguir quando está usando estas tecnologias no contexto corporativo e no pessoal. Portanto, o receio das empresas em entrarem nas plataformas sociais, pois seus funcionários falarão coisas impróprias é, antes de mais nada, desmerecê-los. Se você não confia neles, porque os contratou?
Aliás, debater se a empresa vai entrar ou não as mídias sociais é um debate bizantino. Ela já está lá. A questão é se ela quer participar das conversas ou não. O fato de uma empresa não estar oficialmente no Facebook não impede que milhões de comentários, positivos e negativos já estejam circulando pela rede. Ela tem que decidir apenas se quer participar da festa... Pois na festa ela já está. O importante é criar uma política aberta e bem divulgada de guidelines de uso das mídias sociais, incentivar seus funcionários e criar condições para que eles, estando em rede conectados ao mundo, tragam retorno à empresa. O caso da IBM é emblemático de como incentivar e explorar midias sociais para criar redes de relacionamento e incentivar inovação. Em um mundo cada vez mais conectado os profissionais devem ser cada vez mais empowered e isso significa que não devem existir políticas muito restritivas de uso das tecnologias que facilitam a criação e redes sociais e troca de idéias. Enpowerment (ou emponderamento) é exatamente isso: criar relacionamentos para melhor decidir ou agir em situações onde antes era necessario passar por uma longa e demorada cadeia de decisões. Tem uma frase, mantida aqui em inglês, de Harriet Pearson, Chief Privacy Officer da IBM que explicita claramente a questão : "Empowering employees to help develop guidelines engenders trust, fosters the enterprise-wide learning process, and improves compliance".
O sucesso e a continuidade das plataformas sociais não é mais discutida. Chegaram para ficar. Pode acontecer de uma nova plataforma substituir a anterior, como o Facebook substituiu MySpace e o Orkut, mas o conceito e a aplicabilidade vão continuar. Para entrarem neste mundo as empresas devem entender as diferenças culturais, e isto é um desafio e tanto para as empresas globais, e incentivar os seus funcionários a explorarem as tecnologias sociais. Uma empresa debater se vai ou não entrar no mundo do social business é perder o tempo. A discussão deve ser quão rápido eu recupero o tempo de ainda não estar lá.
by Cezar Taurion
Fonte: administradores.com.br

domingo, 23 de setembro de 2012

Compreenda o ciclo de vida de seus produtos ou serviços


O desconhecimento do momento em que a empresa se encontra é um dos principais fatores que levam à desagregação dos negócios. Produtos e serviços têm ciclo de vida e é muito importante conhecê-los, pois disso depende a otimização de resultados, a comunicação mais efetiva, o planejamento estratégico. Conheça aqui, mais de perto, os ciclos de vida de um produto ou serviço, que vão da introdução ao declínio, passando por crescimento e maturidade. Ao conhecer estes ciclos você pode planejar com mais eficácia e compreender, inclusive, a hora certa de inovar. Conhecer melhor sua empresa, suas forças e fraquezas, ameaças e oportunidades são os primeiros passos para conhecer o todo e, a partir daí, planejar e mudar o seu resultado.
Uma das principais fragilidades das pequenas e médias empresas é justamente a falta de informação. A maioria das empresas atua de forma reativa, ou seja, reagindo a situações específicas de mercado como a inovação de outras marcas, a guerra de preços deflagrada pela concorrência ou fusões. Para não agir às cegas, as empresas precisam reunir informações importantes que, muitas vezes, não estão visíveis e precisam ser garimpadas e pesquisadas, algo difícil para organizações com times enxutos, muito focados nas operações do dia-a-dia. Um exemplo dramático é o que diz respeito ao ciclo de vida dos produtos ou serviços. Neste momento, você conhece o ciclo de vida dos produtos ou serviços de sua empresa?
De modo geral, até mesmo para empresas prestadoras de serviços, os produtos apresentam ciclos de vida que já foram amplamente pesquisados e estudados. Estima-se que os ciclos de vida são 4: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A introdução é o momento em que o produto é idealizado e lançado no mercado, configurando-se em uma inovação, trazendo como diferencial justamente o fato de ser novo, inovador. O crescimento é o momento em que o produto avança, conquistando consumidores de modo lento e gradual ou arrebatador e vertiginoso. Com o passar do tempo, este produto conquista uma fatia de mercado e se consolida como uma opção para o cliente. Entra assim na fase da maturidade, que pode ser longa ou curta, dependendo das ações de marketing da empresa. Por fim, em função da concorrência, das inovações, da disputa por preço, o produto entra em declínio, podendo deixar de ser lucrativo e até deixar o mercado.
Você conhece o ciclo de vida dos produtos ou serviços de sua empresa? Conhecer essa informação pode significar a diferença entre lucro ou prejuízo, obsolescência ou inovação. Se você não tem essa informação, pode ser importante pedir ajuda especializada para conhecê-la, pois isso pode significar a renovação de seu negócio.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Agronegócio à prova de rigores do clima: sonho ou realidade

Conheça os esforços dos pesquisadores brasileiros na busca por cultivos agrícolas mais resistentes às turbulências do tempo e ao aquecimento do planeta.

Dois mil e doze era para ser um bom ano para a safra mundial de milho, soja e trigo, pelas previsões da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Mas no meio do caminho, ali entre junho e julho, a pior onda de calor em meio século torrou as lavouras dos Estados Unidos, o maior exportador de grãos. Condições semelhantes de estiagem também reduziram a produção de trigo no Leste Europeu. O resultado dessa reviravolta climática foi um aumento de 10% nos preços globais dos alimentos, segundo relatório do Banco Mundial (Bird), o que nas palavras do presidente da entidade Jim Yong Kim “ameaça fortemente a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas".
Enquanto os produtores de grãos do Tio Sam estimam perdas entre 20% e 30% nos cultivos, o Brasil pode ter uma safra de grãos histórica, algo como 165,92 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa é que a produção de soja nacional supere a americana, alçando o país ao posto de maior produtor mundial da oleaginosa, commodity que está na base da indústria de alimento – da produção de carne a pão. Não se pode ignorar, no entanto, que o momento de euforia vivido pelos produtores brasileiros pode passar de forma tão repentina (e sem aviso prévio) quanto a chegada da onda de calor que castiga nossos vizinhos americanos.
“Eventos climáticos extremos, que ocorriam a cada 20 anos, estão ficando mais frequentes, aumentando o potencial de perdas significativas para os produtores e consumidores”, afirma Geraldo Barros, professor da USP e coordenador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “E o que se observa até agora é que tanto o agronegócio brasileiro como o mundial está vulnerável aos eventos climáticos, como se pode constatar inclusive em países desenvolvidos como os EUA, onde não foi possível qualquer reação importante às altas temperaturas e à seca recentes”.
Mas há esperança. E ela repousa não apenas em tecnologias que otimizem o uso do solo pela agricultura, mas no desenvolvimento de cultivos mais resistentes às intempéries climáticas. No Brasil, pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), há quase dez anos, vêm estudando o comportamento e desenvolvimento das plantas em condições adversas, a fim de identificar cultivares menos sensíveis à seca, principal ameaça climática ao agronegócio brasileiro.
“De 2004 para cá, tivemos cinco anos muito quentes com perdas fortes, na ordem de R$ 5 bilhões”, lembra o pesquisador da Embrapa Eduardo Assad, uma das maiores autoridades brasileiras no tema. Antes, eventos assim aconteciam uma vez a cada cinco anos. Mas agora, os dias estão ficando mais quentes e a temperatura no inverno está aumentando mais rápido que no verão.
Fonte: exame.com.br

sábado, 8 de setembro de 2012

Ideias verdes que podem transformar o mundo

Soluções ecológicas e simples têm potencial de mudar a vida de milhares de pessoas que vivem em regiões pobres de países em desenvolvimento.

Quiosque solar ilumina a África
Imagine um lugar onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde. Pelo menos 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem nessa condição de isolamento energético, sem acesso à rede elétrica. Mas uma nova invenção pode mudar isso. É o SolarKiosK, um quiosque movido a energia solar, ou como chamam seus criadores, a empresa alemã SolarKiosk GmbH, uma “unidade de negócios autônoma”. O primeiro exemplar começou a operar em julho num vilarejo da Etiópia, um dos países mais pobres do mundo. O quiosque vende de tudo: alimentos, pilhas, lanternas, bebidas, medicamentos, cartões para celular, entre outros produtos típicos de um posto comercial convencional. Seu diferencial, no entanto, reside da oferta de energia, limpa e renovável, produzida pelos paineis solares no teto. O sistema fornece eletricidade para uma geladeira que funciona como frigorífico comunitário e também para recarga de aparelhos celulares ou computadores. Dependendo das condições do local, dá até para oferecer TV, internet e música. O próximo passo é expandir o projeto para as regiões mais remotas de toda a África, onde 800 milhões de pessoas não têm acesso à energia. Para isso, a empresa busca apoio de investidores e Ongs.


Bola transforma chutes em energia
Em muitos países africanos, boa parte da população não tem acesso à eletricidade e acaba recorrendo às lâmpadas de querosene, um perigo para saúde. Segundo o Banco Mundial, inalar a fumaça emitida por essas lâmpadas é equivalente a fumar cerca de dois maços de cigarros por dia. Pensando em melhorar a vida dessas comunidades carentes, quatro estudantes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um projeto que usa o popular futebol para reduzir a exposição da população ao perigo. Eles criaram a sOccket, uma bola que tem a capacidade de gerar energia a partir dos chutes dos jogadores. A energia armazenada pode ser então usada posteriormente em luminárias e lâmpadas LED de baixa tensão, ou para recarregar telefones celulares. Durante quinze minutos de jogo, a bola, que é um pouco mais pesada do que o normal (tem cerca de meio quilo) gera acumula energia suficiente para manter acesa uma lâmpada de LED por três horas. Dessa forma, as comunidades podem gerar sua própria eletricidade brincando.


Giradora: a máquina de lavar que dispensa energia
Projetada com apenas 40 dólares (cerca de 80 reais), a Giradora é uma máquina de lavar que dispensa energia elétrica e ainda poupa água. Semelhante a um cesto de roupas, ela é acionada por um pedal, e necessita apenas de um terço da água usada por aparelhos convencionais. Ela foi idealizada pelos designers Alex Cabunoc e Ji A You, que bolaram a solução depois de visitarem regiões negligenciadas pelo poder público e constatarem que os moradores perdiam de 3 a 5 horas lavando roupa na mão. O funcionamento é bem simples: basta colocar as roupas sujas no interior, sentar sobre o aparelho que tem um tampa acolchoada, e bombear com o pé o pedal localizada na base. Quanto mais se pedala, maior a velocidade de giro e melhor o resultado final da limpeza. Além de ser econômica e ecológica, a Giradora é também mais saudável que a prática arcaica, de passar horas inclinado sobre uma pia, evitando assim efeitos colaterais indesejados como dores nas costas e lesões no punho.


Uma bicicleta de papelão de apenas 9 dólares
Embora pareça impossível, o israelense Giora Kariv mostrou que dá para construir quase qualquer coisa com papelão reciclado. Com uma bagatela de apenas 9 dólares, ele criou uma bicicleta a partir das embalagens descartadas pelo comércio. Ele acredita que sua bike ecológica pode melhorar a vida de comunidades pobres porque, além de estimular a reciclagem, ela é forte, durável e, principalmente, barata. Mais do que uma boa dose de criatividade, o israelense precisou foi mesmo de uma enorme determinação.
“Não havia conhecimento no mercado sobre como trabalhar com papelão além da confecção de embalagens. Então, fui testando métodos diferentes. Basicamente, uso a mesma técnica de dobraduras de origamis japoneses”, explica. Kariv trabalhou duro e dobrou muito papelão para chegar ao protótipo ideal, que combina o design tradicional de uma bike e a resistência – ela tem capacidade de suportar o peso de uma pessoa de até 140 quilos. O resultado impressiona: uma vez pronta, não dá nem para acreditar que é feita de papelão.


Bolsa purifica água usando raios solares
São Paulo - O acesso universal à água potável, um direito fundamental de todos, ainda está longe de ser realidade. Segundo estudo da Onu, 97 em cada 100 pessoas que moram áreas rurais de países menos desenvolvidos não contam com água canalizada, enquanto 15% da população bebe água diretamente de rios e lagoas. Pensando em revolucionar a rotina destas famílias, os designers norte-americanos Ryan Lynch e Marcus Triest criaram uma bolsa que funciona como recipiente para transporte de água e também como purificador. A “Solar Bag”, como foi chamada, usa duas camadas de polietileno – uma transparente e outra preta no fundo – para maximizar o aproveitamento de raios ultravioletas do sol, responsáveis pela descontaminação da água. De acordo com os designers, ela é capaz de purificar 2,5 litros de água no período de seis horas, tempo que muita gente na África subsaariana leva caminhando quilômetros sob o sol ardente até uma fonte de água disponível. No fundo da bolsa, há ainda um tubo que facilita a retirada da água limpa. Outro benefício é o baixo custo da Solar Bag, de até 5 dólares, dependendo da escala de produção.
Fonte: exame.abril.com.br